19 de fevereiro de 2013

O Papa, A Torre, e A Estrela: Sincronicidades na Mesma Semana



Dia 11 de fevereiro de 2013, numa segunda-feira  pré–Carnaval, o Papa Bento XVI anunciou sua renúncia.
No mesmo dia, um raio atingiu a torre da Basílica de São Pedro, a sede do Vaticano e do poder papal.
Na sexta-feira, dia 15 de fevereiro, um meteoro caiu na Rússia, causando danos e ferindo várias pessoas.

Para os céticos, esses eventos nada possuem em comum.
Para a Escatologia, são sinais do fim dos tempos.
E para os tarólogos e estudiosos de Carl Jung, são sincronicidades, isto é, eventos que não possuem relação de causa e efeito uns com os outros, mas que guardam entre si uma poderosa relação de significados comuns e que acontecem no Grande Tempo como simultâneos.

Vejamos então o que aconteceu na semana de 10 a 16 de fevereiro desse ano.

Todos nós sabemos que a Igreja Católica anda sofrendo uma crise interna e externa como jamais vista.
Todas as denúncias que caíram sobre a Igreja e seus padres, fiéis deixando a Igreja em todo o mundo, escândalos de pedofilia, a condenação e não-aceitação do Vaticano aos diversos clamores da sociedade moderna e ainda,  a  velha proibição aos sacerdotes de se casarem e constituírem famílias, bem como a ordenação de mulheres, fizeram com que a Igreja Católica se mantivesse praticamente a mesma que era há séculos e séculos atrás.

A mesma em termos, porque suas estruturas arcaicas são mantidas em pé à custa de muito esforço e estão ameaçando ruir, apesar do mundo ter mudado.
Semelhante ao Arcano a Torre do Tarot, o Arcano XVI, também chamado de "A Casa de Deus" em alguns tarots.
(Publiquei uma postagem sobre esse Arcano aqui nesse blog e sugiro sua leitura).

Como o arquétipo representado pela carta do tarot, a Igreja vem mantendo as aparências há muito tempo.

Bento XVI, representante do Arcano nº V do Tarot, a carta o Papa, o Sumo Sacerdote ou o Hierofante, renunciando, abdicou de seu papel arquetípico de conselheiro espiritual, alegando motivos pessoais e posteriormente, motivos relacionados à própria estrutura atual de sua Igreja.
Na História do Catolicismo, papas só deixaram esse papel quando foram para o túmulo.
Mas Bento XVI, o Papa da Torre, não suportou o peso das crises vividas pela Santa Sé e não conseguiu ou não pode levar adiante sua missão de Hierofante: exercer o papel de ponte (pontífice) entre o homem e Deus; entre a Matéria e o Transcendente, entre o Mundo e o Espírito.
Papel que não é só o papel de um papa, mas dos grandes líderes religiosos, devido à sua essência arquetípica.

Talvez nunca saibamos todas as razões de sua renúncia ou abdicação.
Creio que para o Papa Bento XVI e Joseph Ratzinger essas razões são suficientemente fortes e muito profundas, ainda mais se tratando do homem que é, grande teólogo, estudioso e homem de fortes convicções.

Mas, e depois do Arcano o Papa numa posição negativa (ou negada) e da Torre, o que se seguiu na semana?

A Estrela, Arcano XVII, em sua posição invertida ou negativa.

Um clarão assombrou os céus da Rússia na manhã de sexta-feira, mesmo dia em que um outro asteroide passaria muito próximo à Terra.
A Estrela, Arcano XVII, carta seguinte ao Arcano A Torre, é o símbolo da fé, da esperança, de brilho em tempos de escuridão, de resgate de crenças, quando está em sua posição positiva e esses dias foi sincronisticamente manifestada em sua forma negativa, trazendo medo, insegurança e destruição,  deixando mais de 1.200 feridos na cidade russa de Tcheliabinsk.

Esses três eventos têm vários elementos em comum: o abalo das estruturas velhas, sustentadas por vigas que estão prestes a ceder; a necessidade de se  derrubar as aparências que as sustentam, o medo e a insegurança diante da forças transcendentes e divinas, o poder de Deus e as surpresas do Desconhecido.
São abalos de natureza política, religiosa, econômica, física ou da própria natureza, abalos manifestos, mas que ensejam, em seus significados latentes, chamar a atenção para algo mais abrangente, isto é, derrubar velhos e inúteis paradigmas, para que se promovam  mudanças coletivas profundas, tão necessárias à jornada humana.

E depois da Estrela, no Tarot, vem a Lua.
(Também escrevi sobre esses dois Arcanos aqui neste site).

Tempos nos quais nossa consciência fica obnubilada e as coisas se tornam pouco compreensíveis ao nosso olhar.
Tempos de fantasia, de engano, de ilusão, nos quais só podemos contar com nossa intuição, mas também tempos de travessia e de crescimento.

Creio que, no curso do Tempo, passaremos coletivamente por isso.

É uma tarefa um tanto estranha, para muitas pessoas, essa de enxergar coincidências significativas nos acontecimentos aparentemente desconectados.
Para outros, é mera fantasia e superstição.

Mas para nós, estudiosos de símbolos como o Tarot e das sincronicidades cotidianas e mantendo nossos olhos voltados ao que acontece quase em segredo,  é um envolvente e permanente desafio.

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