17 de setembro de 2010

Relacionamentos Afetivos: Os Planos Invisíveis dos Encontros



A área dos relacionamentos afetivos talvez seja uma das áreas da vida mais difíceis de se encontrar a felicidade ou mesmo um mínimo de realização.

Num mundo altamente competitivo e voltado para os interesses financeiros e materiais, os assuntos do coração deixaram de ser importantes em sua essência e aos poucos foram se transformando num jogo de sedução barata, materialismo, futilidade e sexo, principalmente nos países subdesenvolvidos como o nosso, onde a educação precária, valores éticos corrompidos, preconceitos e as influências da tv são fatores determinantes no comportamento da maioria das pessoas, de qualquer idade ou classe social.

Ávidos por lucros, as grandes empresas se utilizam dos massacrantes recursos da mídia, para forjarem um ideal de mulher, de mãe, de homem, de marido, criando assim esteriótipos fabricados  conforme as necessidades do mercado, esteriótipos tanto físicos como de comportamento.
E aqueles cuja mente e o espírito são muito sugestionáveis, isto é, os indivíduos que possuem pouca liberdade de espírito, procuram avidamente ser esse modelo pregado pela mídia e também buscam para si pessoas que correspondam a esses modelos.

Todos querem ser o tipo ideal, o modelo ditado como bom, desejável e querem como companheiro ou companheira pessoas que também sejam exemplos desses modelos de beleza, atitude, comportamento e até de personalidade.
É como se abandonassem sua essência humana para se transformarem em objetos expostos nas prateleiras dos supermercados, manipulados, etiquetados e sem personalidade própria.
Seres que serão meramente controlados. Seres consumíveis.
E talvez por isso se fale tanto no famigerado marketing pessoal!!

Sim, as pessoas estão à venda e é por isso que vivem se metendo em relacionamentos frívolos, superficiais e repleto de mentiras.

É muito comum vermos por aí homens de meia-idade, geralmente com algum dinheiro, rodeado por mocinhas bonitas, jovens, sem recursos financeiros e geralmente de baixo intelecto.
Ele mente para si mesmo e para os amigos que é amado por ela; todos fingem acreditar, mas na verdade o que importa mesmo é que ele desfile por aí sua conquista, fazendo parte do clube dos "vencedores".
Ou então a mocinha da periferia, bonita e falante que encontra no moço tímido e retraído a escada para a sua tão sonhada ascensão social.
Ou ainda o jovem bonito, que estudou pouco ou nada, que quer ganhar a vida facilmente e que aproxima-se da mulher cheia de traumas de casamentos fracassados, mas que possui uma ótima conta bancária!!

São esses tristes exemplos que vemos no dia a dia, uma avalanche de mentiras, fruto de uma mentira ainda maior, construída para manter um sistema perverso e desumano.

Mas como tudo na vida tem suas exceções, há aqueles que se recusam a participar desse circo, ficando à margem desse sistema de interesses.
Essas pessoas comumente experimentam muita solidão, incompreensão e são taxadas de excêntricas ou sonhadoras, mas felizmente e paradoxalmente, são justamente essas pessoas que possuem a verdadeira chance de encontrar a felicidade no amor.

Por que isso?


Porque são elas as que buscam a verdade e a plenitude dentro de si e no mundo e querem como companhia alguém assim também, para compartilhar, dividir, somar experiências e sonhos, no processo tão difícil e belo, às vezes doloroso, às vezes prazeroso que é a vida.

Dentro do Ocultismo acredita-se que o ser humano possui sete planos em sua existência.
Começamos sempre a partir do primeiro, o físico e depois vamos desenvolvendo os demais planos, de baixo para cima, sem pular nenhum e sem abandonar os já conquistados.
Não há um plano melhor que o outro: todos são necessários para nossa evolução.

No relacionamento de um casal, esses 7 planos são vividos da seguinte forma:
O primeiro plano, o físico, o plano da necessidade da matéria, é a relação sexual em si, o ato sexual;
no segundo plano, o das paixões, é onde a atração acontece;
no terceiro plano, o das emoções, o da necessidade de afeto, ocorre o sentimento, o gostar de alguém;
no quarto plano, o da mente concreta,  é onde residem nossos gostos, interesses e vivemos esse plano num relacionamento quando temos esses gostos e interesses em comum com o outro;
o quinto plano, o da mente abstrata  é o campo de nossos ideais de vida, a forma de pensar e no relacionamento é quando nossos ideais coincidem com o da outra pessoa;
o sexto plano, espiritual, é onde se manifestam nossas tendências espirituais, nossas inclinações, dons, virtudes e vivemos isso com alguém quando essa pessoa faz parte da mesma egrégora espiritual que a nossa e enfim, o sétimo plano, também puramente espiritual, é onde encontramos nossa manifestação divina e o que era dois, torna-se um.

Obviamente que nem todas as pessoas vivem os sete planos, embora todas elas os possuam, mesmo que adormecidos, podendo passar uma vida inteira sem chegar a desenvolver os planos mais altos.
Por isso vemos pessoas muito embrutecidas, muito materialistas, cuja satisfação das necessidades físicas e de suas paixões são de fundamental e única importância.
Será assim também nos relacionamentos: não passará do binômio sexo-atração, podendo nem mesmo chegar ao plano dos sentimentos, o terceiro.

Pensemos num exemplo.
Uma mulher que atingiu em sua vida apenas o segundo plano, não se importará com os sentimentos de seu parceiro, nem com seus interesses, gostos, nem com seu intelecto, seus sonhos, ideais, nem com sua espiritualidade; ao contrário: isso será enfadonho e cansativo para ela, vistas como coisas inúteis às quais não tem que dar atenção, porque ela não compreende essas coisas, uma vez que não as tem nem para si mesma.
Será um tipo de mulher ainda muito primitiva, louca por sexo, extremamente influenciada pela sedução e pobre do homem que esperar mais dela!!! Esperará inutilmente.....
Mas se ele for um homem que também chegou só até o segundo plano, o casal certamente estará muito bem satisfeito um com o outro.

Já alguém, por exemplo, que se desenvolveu até o quinto plano sentirá as necessidades dos cinco planos de sua vida e desejará encontrar alguém com desenvolvimento semelhante ao seu.

Por isso, muitos relacionamentos que começaram bem, um dia fracassam, geralmente porque um dos membros do casal ampliou os horizontes de sua vida, mesmo que isso não seja completamente consciente para a pessoa.

Porque um relacionamento baseado no sexo e na atração física tende a terminar.
Esses planos são fugazes, porque assim que são satisfeitos, perdem a força.
Mesmo os sentimentos, os afetos, somem com o tempo, a menos que outras coisas estejam envolvidas, como interesses em comum, idéias parecidas, gostos, valores pessoais, espiritualidade, buscas e isso tudo pertence aos outros planos, aos mais altos.

Muitas vezes um casal vive anos de convívio razoavelmente bem  e se um deles se desenvolve mais que o outro, esse outro não poderá preencher e compartilhar desse novo mundo que se abriu na vida daquele que se desenvolveu.
Então, o par do casal que atingiu um pensamento desenvolvido, construiu suas idéias, pensa sobre a vida e compreendeu certas coisas sentirá um enorme vazio, porque seu par não pode fazer-lhe real companhia.
É quando ocorrem as separações ou as traições.
Aquele que sente o vazio na alma procurará alguém que preencha esse vazio e caso encontre esse alguém, os planos do sexo, da atração, do afeto e da mente serão impregnados com a força que vem dessa sintonia que se fez  entre eles.
A força enorme desse vínculo criado, que penetra todos os planos abaixo disso, resulta em amor verdadeiro.


Muitas pessoas usam o nome "amor" para descrever o que sentem por alguém.
Muitas vezes esse chamado "amor" é apenas atração física, desejo, sexo ou simples afeto, necessidade de afeto.
O amor de verdade só acontece nos planos mais altos da existência, porque envolve todo o indivíduo e não uma parcela dele.


Portanto, aqueles que sobem a escada da evolução e que desenvolvem os aspectos do seu ser é que possuem a verdadeira chance de encontrar o amor, porque desta forma, desenvolvendo-se, tornam-se completos e consequentemente, livres.


O mundo das aparências, das mentiras, do efêmero e do passageiro, não mais o seduz.
Compreeende, no fundo da alma, que a liberdade de seu espírito é paga com o preço da incessante busca e do autoconhecimento.
Quando o indivíduo atinge esses planos mais altos, sincronicidades passam a operar e suas chances de felicidade se multiplicam.


Porque ninguém pode ser realmente feliz na solidão.
Tudo o que construiu dentro de si deve ser compartilhado.
Fazer a nossa parte para nos tornarmos um ser humano pleno é uma tarefa difícil, mas tudo o que é nobre e duradouro é conquistado à duras penas.


Portanto, já está mais que na hora de construir esses tesouros, descobri-los na própria alma e contar com a ajuda dos Planos Superiores para que a pessoa certa, no tempo certo, venha ao nosso encontro.

3 comentários:

  1. Nada a comentar, em cada palavra um cadinho
    de sabedoria e sensibilidade.
    Apenas contemplar a luz das verdades.
    charles

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  2. "Acredito com fé qua a pessoa que deseje livremente receber o que eu tenho para dar acaba por chegar até a mim." palestra 213 do Guia Pathwork

    seu texto é inspirador, é esperança.
    enquanto espero mergulho no autoconhecimento.

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  3. Isso explica muita coisa.....

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